-O que vem agora?

Jogado na rua...às 3h da manhã de uma terça feira,apenas com um velho trapo que ele diz ser uma bermuda,ele diz não sentir frio,pois o que mais o atormenta é a própria verdade,mas o que o conforta,é saber que o maior dos males não o pegou.Aquele mal que ninguém quer,mal esse de poder prever o futuro,mal que preenche toda a sua mente,sem dar lugar aquele êxtase,aquela adrenalina,da novidade,do que você não sabe,e que acontece na surpresa e no escuro daquela velha noite.

E ao recusar abrigo a momento,aquele velho senhor diz ter pena daquele que do futuro tudo sabe,porque se do futuro ele já sabe,é sinal que no passado ele está vivo,mas no presente já se encontra morto.

Assim vive ele,vive por si,vive pela terra,fugindo dos outros e refletindo sobre os outros,e tentando recusar a própria ignorância,para um dia voltar a viver.Pois o seu maior remédio já é usado para lhe aquecer,mas quando ele olha para as páginas daquele livro queimando ele chora pela primeira vez,mas sabe que é o certo a se fazer.

No outro dia,o velho se encontra deitado ao chão,seu coração já não bate mais,e ele está coberto de cinzas do qual o vento tinha levado até seu corpo.E com um papel em suas mãos só se encontra uma frase:

-O que vem agora?

E ao ler isso,se pode determinar que o velho morreu bem feliz.Pois o que para alguns significa pouco...para ele,aquela pergunta talvez tenha sido muito.









Por: João Matheus Savi